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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Instantes, vidas e suspiros.

Tenho eu poucos instantes, nesses poucos instantes muitas vidas. Nessas muitas vidas nenhum amor, e sem nenhum amor não vivo nem um pouco. E sem viver não suspiro e por isso não confio. Afinal, sabe-se bem que não se deve confiar em quem não suspira. Pois com suspiros se costura poemas e sem poemas a vida não tem graça, mesmo que sejam muitas e mesmo que sejam minhas. E eu que tenho poucos instantes, nesses poucos instante muitas lágrimas. Não que eu costume chorar, pois lágrima derramada não machuca, não assusta. O que realmente detém o ser são as lágrimas retidas que, por não esborrarem, não preenchem. As minhas mesmo pesam mais que as luas de meus espelhos, mais que os sóis que conto em minhas camas. E quantos corações já não tive que arrancar, quantos beijos já roubei. Motivos? Nunca tenho. Puro romantismo pagão. Pois tenho poucos momentos e em poucos momentos nunca sei o que fazer.