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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O erro, as sombras e o desejo.




O peso de minha alma, cada palavra que vive em mim.
Sei que sou aquilo que tento desenhar, mas mesmo assim não consigo me abandonar na solidão. Quis apagar cada chama de esperança de meu coração, quis dizer que não precisava do seu sofrer, mas observá-lo nunca me fez tão bem. Cada palavra de ódio, cada maldição saída de sua boca, me faz sorrir e saber que, não importa o quanto lute, sempre estarei nesta solidão infindável. De que adianta o infinito céu, sem o brilho de seus olhos?
Cada dia é infindável, cada segundo é eterno. Achei que se eu me transformasse na chuva, aquela que cria um elo até mesmo entre o céu e a terra que nunca irão se tocar, eu poderia unir nossos corações. Mas errei! A chuva só me traz lágrimas e eu, que de certa forma já me acostumei com tais, não estou feliz. Cada noite te traz uma nova sombra, cada sombra um novo rosto. Um rosto diferente do meu. E eis que chego ao inferno, com o não sentir constante e desistir vergonhoso.
Sempre fui o infinito, mas preso dentro de seu finito desejo. Entregaria-me ao nada por um beijo seu, buscaria o além por uma palavra sua. Mas nunca fui digno de tais, morreria por teu sangue, mas com a vergonha de não merecê-lo. E me ponho unicamente ao seu chamado, o seu cavaleiro sem rosto. Sempre que precisar, estarei aqui, e quando acabar irei lamentar a próxima sombra de sua vida. Pois jurei te proteger e o meu sofrer não é nada diante do seu.
Te trago agora uma única rosa. Azul e bela, única e rara. A rosa seria o meu desejo, que se cria em você e se encandeia em seus olhos. E a minha tristeza seria apenas um reflexo em tal planta, que nasce dos olhos e acaba com uma última gota. Surgindo novamente ao seu primeiro sorriso.

3 comentários:

  1. "[...] e quando acabar irei lamentar a próxima sombra de sua vida."
    Perfeito. *-* Awwwn...

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  2. Mais uma vez, um texto que me fez chorar. É tão lindo, *_*'

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  3. Ficou ótimo, cara. Um texto com um toque do ultrarromantismo goethiano, que retrata aquele sentimento de rejeição da pessoa amada, mas sem uma real esperança de ter a pessoa perto de si, e ser feliz com ela.
    Acho que você só errou na paragrafação, ficando assim, mas cansativo para ler e tendo muitas ideias conjuntas, o que pode confundir um pouco o leitor, mas tirando isto, nota dez para você.

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